sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Somando para dividir.

    Hoje eu vim para trazer um relato belíssimo de alguém que comigo dividiu uma das vivências mais transformadoras de nossas vidas. E olha que de dois anos para cá tenho tidos um número considerável de fortes emoções e experiências para além da rasa compreensão que toma como base a racionalidade porém, de fato, vivenciar a cura e proporcionar a cura como reles mortais que se querem o melhor, proporcionar uma transformação através da intenção pura, energia, entrega, é algo surreal.
 
    Na 'Tarde Libertina' receberemos os Terapeutas Mansukh Anupam e Daricha Sundari, que nos darão a honra de conhecer algo que particularmente julgo ter utilidade pública que é a Massagem Tântrica; tema que venho abordando aos poucos aqui e ao qual tenho me dedicado cada vez mais, pois é de fato um dos meus grandes prazeres positivos nos últimos tempos.
 
   A ilustrar que prazer positivo, a exemplo do psicoterapeuta Flávio Gikovate "são os quais nós já começamos do estado de equilíbrio, ou seja, começamos do zero. Não há necessidade de nenhum desconforto prévio para que a gente possa usufruir dessa sensação de prazer. Não são prazeres que funcionam como remédio  para nenhum desconforto prévio. São prazeres efetivos e que talvez correspondam essencialmente aquilo que a gente poderia chamar de momentos felizes, ou seja, desencadeados por acontecimentos de caráter positivo", enquanto que os prazeres negativos são "os que nos fazem vir de um estado de sofrimento para o ponto de equilíbrio". Penso que a compreensão do que difere um tipo de prazer do outro nos capacita para avaliar melhor a que tipo de prazer estamos nos entregando e se o benefício gerado é permanente ou efêmero, mas fica para a próxima.

   Deixarei que nos conte melhor minha querida Inez Baylao, que também compôs o grupo que vivenciou o Cursos em Grupo de Massagem Tântrica - método Deva Nishok desse mês e transbordou esse lindo relato que compartilho com vocês:
 
"Exatamente hj dia 23/08/13 completa uma semana do que posso chamar... de (Melhor decisão sob forte pressão que já tomei), isso porque no dia 10/08/2013 eu completei meus 29 anos, com uma promessa íntima de utilizar esse último ano antes dos 30 para me revirar do avesso, transformar mentiras em verdades, medos em coragem, duvidas em certezas, não que eu creia que todas as dúvidas, mentiras e medos, vão se acabar, mas a intenção é que pelo menos eu tenha novos medos, novos questionamentos, a intenção é acabar com o que é velho, com os condicionamentos que criei por 29 anos, ainda que seja para criar novos condicionamentos, uma forma de liberar espaço no meu disco rígido pessoal.
Bem, contei tudo isso para chegar onde interessa, uma semana após completar os 29, eu tinha uma promessa íntima e o tempo correndo, e não estava saindo do lugar pra ver as mudanças começarem, até que no dia 10/08/13 recebi um texto de um terapeuta tântrico que eu havia entrado em contato nas minhas buscas eternas, o texto era esse: “Auto-sabotagem é quando nós mesmo nos sabotamos, quando deixamos que pensamentos nossos e aleatórios tomem conta de nossas vidas. É quando seu interior diz : '' Vai, você consegue, é preciso fazer isto e você fará com exito!''.... Ai você diz: '' Não posso, não consigo , é muito ariscado, não tenho o controle, não tenho coragem, não dá....'' Isto meu amigo é o que lhe faz ter medos e criar monstros interiores!”
Na hora fiquei com a sensação de que isso não se aplicava ao meu caso, porém o texto ficou martelando na minha cabeça, dois dias depois, outro texto indicado pelo mesmo terapeuta, que falava de medo.
Novamente a sensação de que aquilo não se aplicava que eu não tinha medos, que ele tinha entendido errado, que eu apenas não queria naquele momento, e mais um monte de negações pessoais que fui fazendo, até que um choro compulsivo e doloroso me tocou fundo, e eu como que por encanto percebi que TUDO se aplicava, eu não era forte, eu estava com medo, eu estava me sabotando, e só eu sei como assumir isso é difícil para um ego inferior inflado, tudo caiu, tudo quebrou, tudo veio ao chão, eu percebi que se eu queria as mudanças e tinha um prazo pra isso só eu mesma podia fazer isso por mim, eu teria que quebrar a barreira e dar o primeiro passo, sem pensar em nada, sem respirar, como um touro com raiva, eu fechei os olhos e fui pra cima sem chance de voltar atrás.
Quando vi, estava sentada em uma sala com mais 20 rostos aproximadamente, que transpareciam a mesma ansiedade que o meu, até que entrou na sala um “GURU”, que como passe de mágica aliviou as tensões dos rostos aflitos, com a celebre frase: “GURU é pau no cú”, isso bastou para todos passarem de semblantes fechados e olhos arregalados para gargalhadas contagiantes, aproveitando o momento ele já avisou logo que estávamos ali para morrer, foi ai que mais uma vez meu touro interno fechou os olhos e novamente foi pra cima, libertei as amarras e me joguei como nunca fiz, agora o que se passou durante as próximas 48hs eu não posso falar aqui, mesmo porque jamais conseguiria, quem quiser saber só mesmo enfrentando o seu ego inferior e libertando o touro interno, só aviso que a morte é certa.
 E cá estou eu, morta, mortinha, tão morta que só hj. quase uma semana depois da consumação da minha morte, consigo forças para escrever, ainda sinto em alguns momentos os pés andando como em nuvens, o corpo mole como se eu tivesse passado por um resfriado muito forte, mas o efeito colateral de maior impacto são sorrisos e gargalhadas involuntárias mesmo estando sozinha e no silêncio, daí pergunto, terei eu aberto as portas da felicidade, ganhei na sena, fiquei louca, o que está acontecendo? Pode mesmo um curso de 48hs de massagem tântrica mudar tanto assim as estruturas emocionais de uma pessoa? Respondo, a mim mesma, PODE... Foi uma experiência profunda, que não deixou nada de pé, um Dilúvio, aliás, literalmente um dilúvio interno das minhas estruturas, e quem estava lá pode ver esse dilúvio de forma orgânica, física, pra não restar dúvidas, eu vi, eu senti, eu chorei, eu sorri, eu suei, eu senti frio, eu tremi, eu revirei os olhos, eu travei as mandíbulas, eu gritei, eu gemi, eu sofri, eu multigozei, eu desdobrei, eu cai no abismo, eu voei, eu senti a liberdade sem o peso da sexualidade, sem a necessidade de seguir padrões, de sentir vergonha de dar satisfação e me preocupar com qualquer coisa que não fosse o amor sublime na forma mais pura e verdadeira o amor entre duas pessoas eu e eu mesma... Lógico que para que toda a mágica acontecesse o somatório de fatores foi mais que importante, como a minha entrega total, a delicadeza e carinho dos Shivas, a amorosidade absoluta dos terapeutas e um ambiente energético de alta vibração, não deu outra AMOR SUBLIME E VERDADEIRO, SEM INTERESSE PESSOAL, COM DOAÇÃO TOTAL, VIVENCIA ÚNICA E BELA...
 
 Só posso sentir gratidão eterna por cada um dos participantes com as doações de amor e energia, e homenagear ainda que singelamente, a querida Daricha Sundari que tem sido especial desde o principio, com paciência, luz e tranqüilidade, ao Mansukh Anupam que tem sido muito mais que terapeuta, um verdadeiro doador de experiência com as palavras certeiras, a Karina Amorim, um verdadeiro ser transmissor de energia revitalizante, a Renata Soares, que me ajudou muito a quebrar as barreiras do som, a Hayanna com cada sorriso ao meu lado, ao nosso colega de “Pau Grande” com sua bolsa cheia de terapias alternativas, mas que mal sabe ele a terapia mais alternativa que nos passou foi a Terapia do Sorriso, e ao Grande “Guru” Pashupati, que colocou ordem na desordem, que matou a todos os presentes e nos possibilitou a vivência mais mortal que vivi."
 
Gratidão. 

Arlene Lima
Libertinas - Consultoria Íntima
(61)9648-6572 
Facebook: Libertinas - Consultoria Íntima

*Sugestão de consulta:
http://www.centrometamorfose.com.br
http://darichatantra.blogspot.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=qbNRvaNwgoI
http://floraisdebach.org
 




domingo, 25 de agosto de 2013

Confluência...

Junção, integração, união.
Descobri que a isso se deve o meu papel para com a Libertinas, para com meus clientes, amigos, vizinhos, transeuntes... para com a vida! E uma vez despertada a fome de renascer e encontrar o equilíbrio, veio a necessidade de transbordar, ir além da minha borda, comunicar, filosofar, aprender através do sofrimento e com coragem crescer. Afinal, a busca é o começo, o meio e deve ainda ser o fim. As evidências provam que, por exemplo, uma gestante que toma para si todas as garantias de um parto normal apenas pela sua vontade terá grandes chances de, quando parturiente, pela fragilidade do momento e pela falta de informação, ser conduzida para o abatedouro, mais precisamente para uma "desne-cesária" (termo usado pelos ativistas da Humanização do Parto para definir casos de agendamento de cesária fora de trabalho de parto e sem indicação real). Para acontecer o empoderamento a mulher precisa estar munida de conhecimento que a assegure que as influências externas não vão interferir na viagem que é um trabalho de parto.
 


"Importante é saber, mas mais importante é nunca perder a capacidade de aprender.
Nós somos aquela parte do planeta que sente , que pensa, que cuida. Nós somos o planeta. Eu acho que o céu é a integração de toda a criação de Deus". Leonardo Boff
 
    A confluência de cada escolha feita por mim mais as experiências vividas, as oportunidades, os fracassos, tudo isso convergiu para o exercício de uma função que descobri ser minha e tomá-la como um objetivo de vida. Como bem respondeu o escritor Rubem Alves numa entrevista, quando perguntado sobre como ele havia se preparado para chegar onde chegou, qual a receita para uma vida vitoriosa de sucesso, ele respondeu: "Eu cheguei onde cheguei porque tudo o que planejei deu errado". Tomo para mim essa resposta considerando-a reconfortante. Passei anos a fio me considerando uma farsa por saber que nunca tive metade do conhecimento que fazia os outros acreditarem que eu tinha, quando sequer poderia ter pois o tempo era gasto pensando em como fazer as pessoas acreditarem que eu era aquilo que eu não era. Quando resolvi sair da caverna descobri que minha ignorância era plena e total quando eu achava que sabia algo e o vazio tomou conta por alguns meses, o que melhorou quando comecei a entender que eu só sei que nada sei e nunca saberei, inclusive sobre mim mesma. Porém, o ímpeto de adentrar a mística da vida e experimentar viver no desconhecido é como me jogar no abismo e ver que ele jamais existiu, fora de mim, ao passo que minha alma se apresenta como um infinito buraco negro, totalmente desconhecido. E o caminho continua a valer a pena pois para os olhos da alma o buraco ser negro, escuro, não quer dizer que seja sombrio, assim como os olhos físicos não se ofuscam pela luz que ilumina a alma (que de tão forte os cegaria ), pois a alma está além da racionalidade do medo do escuro ou da incômoda claridade. O lumiar da alma é o conhecimento e com ele a fazemos ascender.
 
    Nietzsche, por exemplo, era movido pela transformação, porém ele viveu num tempo marcado pela euforia moderna, tomado pelo apego ao futuro, pensamento comum a década de 50 (viver preparando os filhos para o futuro) onde tudo seria melhor e principalmente que através da ciência nós resolveríamos as dores. Alguma coincidência com os tempos atuais? Ao mesmo tempo ele estuda os gregos pré-socráticos, cujo pensamento era mediado pela arte, a ideia de verdade não era uma ideia clara, sendo o pensamento fundado no devir, que seria a vida como um processo de transformação constante. Tudo muda o tempo inteiro, nada é fixo e era essa a ideia que atraía Nietzsche e para ele os pré-socráticos eram verdadeiros filósofos que conjugavam de igual maneira a arte, o pensamento e o saber.
   Segundo Nietzsche toda a nossa história, filosofia, arte e tudo o mais que o pensamento produziu foi baseado num homem que nunca será pelo homem alcançado e a partir disso ele aponta a ideia de Niilismo que ocorre quando todos os valores superiores perdem a importância. É impressão minha ou é exatamente o que assistimos dia após dia?!

   Ao que me parece o atual conceito de civilização está muito próximo ao que o filósofo Nietzsche chamaria de barbárie, que é a transformação mercadológica de todo e qualquer tipo de saber e atividade intelectual, espiritual, etc, algo que vem acontecendo cada dia mais. Afinal, há uma generalizada industrialização de tudo o que deveria ser natural, inclusive a interação tão promovida pela tecnologia mas só nos distancia mais e mais e cada vez mais precocemente (logo ao nascer). Com isso perdemos mais e mais a nossa essência. Quanto mais civilização menos humanização.

"Ocupamos nosso tempo com todas as distrações que a sociedade pode nos apresentar. E ainda, não param de subir os índices de tristeza, depressão, insatisfação, tédio. Buscando alegrias fora de nós cada vez menos somos capazes nós mesmos de gerá-las. Com tantas rotas de fugas existenciais falhamos em percerber e em exercitar a capacidade de lidar com as intempéries da vida, tão invitáveis como qualquer fato natural. Preocupados em sermos mais tecnológicos, perdemos a chance de sermos mais humanos", escreve Gustavo Dainezi (comunicador formado pela USP , especialista em Filosofia da Comunicação)  à revista 'filosofia'.

   Eu cresci numa verdadeira confusão complexa e profunda onde os parâmetros dificilmente se aplicariam. Numa sociedade onde o adultério era quase aplaudido se partisse dos homens (nada mudou) e levava à fogueira difamadora das línguas fofoqueiras as mulheres, que muitas vezes ainda apanhavam dos seus cônjuges sob o olhar punitivo da sociedade para com a que apanhou (mudou nada). Nesse cenário, como eu poderia relatar a minha realidade, onde a inversão fazia com que o papel de "homem da casa" já pertencesse à minha mãe, algo fora do padrão da época. Sendo caçula de 5 irmãos com 3 irmãs cerca de uma década mais velhas, eu vi, ouvi e presenciei o suficiente para exorcizar boa parte dos meus monstros femininos logo na  infância.
   Foram diversas peculiaridades inatas desenvolvidas através da observação, pois quando não há um ou dois cuidadores e sim quem tiver disponível, você precisa aprender com os exemplos ou será pisado pela manada pois é fato que os adultos (entenda-se qualquer um que não seja mais criança), até quando tentam cuidar atropelam as ideias e ideais das crianças. Eu tinha que me virar.
   Esse universo temporal onde habitei por 19 anos, o meu núcleo familiar, me permitiu colher impressões sobre diversos aspectos da nossa feminilidade (e falta dela), em particular, naquela família. Por muitos anos neguei esses aspectos que são peculiares à minha origem e hoje entendo que negar, esconder ou ocultar-me desse encontro seria protelar um evento que é natural na evolução do processo de autoconhecimento. Vale ressaltar que o efeito benéfico de aceitar nossa identidade quando normalmente a rejeitaríamos e jogaríamos rapidamente para debaixo do tapete é... ACEITAR!
  
   Vivi algumas  experiências religiosas bem como conheci a pornografia, ou seja, fui de um extremo à outro ainda na infância.
   Quanto à religião,  a obrigatoriedade em comparecer a todas as missas e estar sempre interagindo com as atividades da comunidade cristã donde cresci me distanciaram de qualquer relação minha com a espiritualidade tão logo pude optar, pois ainda havia um sentimento de cumprimento de dever muito maior do que vontade de presenciar o mistério da fé que é a transubstanciação da hóstia, dogma que eu creio e hoje simplesmente viajo no ritual. Além do fato de que existem sim alguns sacerdotes capazes de nos fazer ir muito além numa celebração religiosa.
   Rebato ferrenhamente tudo o que a instituição igreja gerou impedindo uma evolução que trata de séculos e uma infinidade de conhecimento (inclusive espiritualmente, que ironia, não?)  que  estava em PODER de poucos (maldito poder) e continua estando, séculos depois. 
   Perceba pois que, como tudo o mais, religião não é um assunto em que eu procure ou encontre uma verdade e sim mais um objeto de experimentação que diz respeito  à espiritualidade e tem sido um diferencial positivo na CONQUISTA de bem estar e paz de espírito.
  
   E o autoconhecimento nos permite a liberdade da experimentação com todo o cuidado que uma criança tem, quando sabe que pode apanhar, cair, se machucar e até mede as consequências, mas dificilmente deixará de sentir a emoção de pular o muro, por exemplo.
   Se, quando criança, eu me permitia a experimentação e a partir disso obtinha todo um mundo de sensações e surpresas, o que me afastou disso quando eu cresci?!
Gustavo Dainezi, o comunicador citado acima relata que Sócrates tomava seus interlocutores pela fama que esses tinham: 
 "Assim, conversando com um famoso general, buscava saber dele o que é coragem. O que Sócrates descobre é que estes doutos senhores sabem muito bem a técnica da guerra, porém não sabe por que guerreia. Sócrates refutava os sábios até que desistissem de definir aquilo que os movia, levava-os à exaustão até que eram obrigados a reconhecer que viviam sem saber, mas achando que sabiam. O homem é ignorante duas vezes. Vive sem saber das coisas e não sabe que não sabe. Ele entendeu a condição de todo homem, que é a de tentar buscar as verdadeiras ideia para guiar a vida. Que o homem deve assumir o seu lugar na natureza, o lugar de não ser deus. Conhece-te a ti mesmo marca a posição do homem: frágil, de não -se, de não saber. Viver buscando é bem melhor do que viver no engano."
 
 
Porém, como Nietzsche eu não creio em verdades absolutas. Creio que cada um ainda tem a lembrança do gostinho de céu e vive em busca de senti-lo novamente.  E eu respeito a busca de cada um. Mas o céu de felicidade que todos queremos, quando relatada por alguns dos sociólogos, filósofos, antropólogos, neurocientistas, etc, que tem servido de base para meus estudos, fala de uma felicidade impossível de ser perene, pois sem saborear o sofrimento não há como reconhecer sequer a alegria, imagine a felicidade. Que esta que é objetivo de vida de muitos é procurada fora mas a resposta está dentro. "Conhece-te a ti mesmo". A máxima, ou aforismo teve uma variedade de significados atribuídos a ele na literatura. Uma enciclopédia grega de conhecimento do século X, diz: "o provérbio é aplicado àqueles que tentam ultrapassar o que são" e não é a toa. Para conhecer a si é preciso encontrar os monstros mais ferozes pois somos nós que os carregamos, dia a dia. Mas, assim como quando crianças encaramos o armário escuro para perder o medo do bicho-papão, temos que olhar nosso armário interno de vez em quando mesmo com medo. Aproveita quando conseguir entrar no porão da sua alma e faz uma faxina, arregaça as janelas para deixar a claridade entrar, arejar...
 
 
   Ouvi por anos a fio que uma vida a dois não é conto de fadas, o que se julgava desnecessário ressaltar levando-se em conta o fato de que se fosse para considerar os padrões de casamento que me foram apresentados na infância e adolescência provavelmente eu estaria sozinha ou presa a uma relação sabotadora.
   Porém, felizmente posso relatar uma experiência que dura 10 anos, que não foi fácil de ser construída e nem um pouco florida, mas que tem nessa luta diária de sangue dando na canela a compensação de podermos observar o crescimento de cada componente da família de forma contínua, crescente e de forma nunca antes pensada. Eu mesma nunca mensurei uma vida assim, onde se faz da falta a fartura. Isso para mim é conquista. Isso para mim é felicidade.
 
 
"Ostra faz pérola, mas não é toda ostra que faz pérola, só a ostra que sofre, porque a ostra para produzir a pérola tem que ter um grão de areia, tem que ter alguma coisa que a irrite e ela vai produzir a pérola para deixar de sofrer, para que aquele ponto agudo, cortante, seja envolvido por uma coisa lisinha que é a pérola."
                                                                                                                                         Rubem Alves
 
 
   Esse apanhado de alguns períodos dessa minha vida, juntamente com exemplo, citações e teorias embasadas em grandes pensadores e também teorias saídas da minha caixola têm hoje o papel de traduzir o que quer dizer confluência.  Tudo o que diz respeito ao bem caminha na mesma direção, independente se trata de religião, filosofia, psicologia, psicanálise, física quântica, enfim. Não há separação quando fazemos parte de um todo que é indissociável. A Natureza é indissociável, todos nós viemos dela, nela e nenhum de nós sobreviveria um dia sequer sem o que ela nos provém. No entanto, insistimos em controla-la, dominá-la e o que é gerado através disso é destruição. Uma tomada de consciência no sentido de união seria um primeiro passo para  alcançarmos uma primeira retomada de energia positiva. Nosso planeta precisa, e agradece!
 

 
Gratidão. 

Arlene Lima
Libertinas - Consultoria Íntima
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*Fontes:
Revista Filosofia, nº71, página 14. Matéria de capa
 


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Prosseguindo no Renascer.

Escrever é mais complexo pelo fato dessas primeiras palavras terem que ser arrancadas do peito, como aquele bom dia que você quer dar para o paquera mas fica sempre com muito frio na barriga. Um dia você decide arrancar o bom dia como se no átimo seguinte o mundo fosse acabar, mas você sobrevive e vê que nem foi tão horrível assim. As primeiras palavras são sempre as mais difíceis. Mas aqui tenho tido o imenso prazer de ser amplamente sincera e mesmo assim (!) pessoas têm entendido, gostado e retornado a mim com essa compreensão. E cada vez mais e mais estímulos chegam até mim. Muitos mesmo...
O maior estímulo dos últimos dias foi o filme "O Renascimento do Parto", para o qual entrei pronta para chorar (sensação semelhante só mesmo no show do Billie Paul) com lencinho na mão e tudo. Toda essa expectativa se dá pelo fato de que iniciei minha caminhada pelo universo da Humanização do parto quando engravidei do Miguel e vivenciei a batalha que é ter um filho de forma natural pois o sistema te impõe inúmeras barreiras através do medo, da insegurança, transformando em heróis os causadores do mal e fazendo vítimas mulheres que deveriam sair se sentindo plenas ter parido, isso quando não as fazem parecer o vilão da história. De lá para cá tenho visto um grupo de mulheres que tiveram sua leoa despertada não pela transcendental experiência do parto mas sim pela traumática experiência de uma "desnecesária" (termo usado no meio ativista), de maus-tratos, violência obstétrica, e por aí vai. E pior, depois ainda descobrir por meio de pesquisas que o doutorzinho lindo que a chamava de "mãezinha" passou-a para trás com uma desculpa esfarrapadíssima de circular de cordão ou o mais do mesmo. Descobri mulheres guerreiras que fizeram de sua dor impulso para ajudar outras mulheres a não viver tais traumas e para isso se informaram e se profissionalizaram e muitas são doulas, parteiras, médicas e pesquisadoras que dedicam seus dias a provar que está tudo errado sim!
Séculos de evolução só serviram para fazer a cabeça das mulheres, principalmente no Brasil (o que me preocupa mais ainda por mostrar o quanto nós, brasileiros, somos facilmente influenciados) acreditar que seus corpos são suportam mais parir! Apenas as cabeças sabem disso pois os seus corpos, se a eles fosse permitido, paririam quantos filhos tivesse que parir.
Como bem citou no filme o Médico Obstetra Ricardo Herbert Jones, o que ocorreu na indústria do nascimento é que se lançou a doença para vender a cura. Deduzir que a mulher não terá "passagem" para parir um bebê provavelmente fará com que qualquer mãe desinformada e insegura opte por agendar o nascimento do seu filho na data sugerida pelo médico. Provavelmente a mais conveniente para ele. E os dados comprovam que as UTI´s Neonatal lotam mais nas vésperas de feriado, o que deve corresponder ao interesse dos médicos em não ser importunado no momento de descanso. O que temos hoje é produção de nascimento em série.
Não tive a minha expectativa frustrada em nada. De fato o filme vai do coração estraçalhado pelo depoimento de mulheres violentadas e pela espetadinha dada pelo próprio sonho que não se realizou plenamente no parto, até cenas chocantes de total distorção de tudo o que diz respeito ao nascimento. O filme me causou muita dor e angústia e medo, muito medo.
Desde a semana passada, após experimentar uma vivência tântrica (relatada em post anterior) muita coisa foi modificada em mim. Não sei onde, como, de que forma, apenas sinto diferente. Voltar a estudar Nietzsche, dessa vez tentando enxergar pelos seus olhos fez-me vê-lo como alguém que conseguiu antecipar o homem do século XXI. Segundo ele, a história do homem incita-o como ser superior ao que de fato é sua essência pois o homem está muito mais para a natureza, o animal, o holístico do que essa criação de ser artificial onde tudo é produzido, industrializado, tecnológico. Aonde e onde de fato estamos indo com isso tudo quando isso tudo só causa mais e mais destruição daquilo que de fato e unicamente nos é vital? Onde está a lógica?
A necessidade constante em satisfazer necessidades de consumo e atender à padrões nos afasta de tudo o que é essencial, inclusive o nascimento, o prazer, a felicidade, etc. Daí surgem as chamadas "indústrias". Tem indústria do orgasmo produzindo pornografia e medicamentos para libido tendo como fortes aliados a mídia, a cultura e religião, por exemplo, que  impedem o ser de exercer aquilo que lhe é natural e que deveria pertencer apenas a ele, a liberdade de tocar a parte que bem quiser do próprio corpo sem ser reprimido, a liberdade de conhecer a si sem ser prontamente lançado às chamas do inferno!
Tem também a indústria do nascimento produzindo cesárias em larga escala para imensa alegria do Obs-tétricos (mais tétricos do que Obstetras, em maioria) e planos de saúde que fazem do nascimento um show de horrores impedindo a mulher de exercer o direito de virar bicho se preciso for para liberar tudo o que é preciso para ultrapassar as sombras e se empoderar do seu parimento.

O Dr. Ricardo Herbert Jones declara que quando não tivermos mais nenhuma mulher parindo por via vaginal por incompetência da nossa sociedade em lidar com esse fenômeno, talvez seja tarde demais.  O também Médico Obstetra Michel Odent encerra sua participação no filme com a pergunta "Qual o futuro da humanidade nascida por cesarianas ou ocitocina sintética?". E para nos fazer sair do filme com a cuca fundida a Enfermeira Obstetra Heloísa Lessa lança o enigma: "O que vai ser do nosso sistema de produção dos hormônios do amor se eles deixam de ser utilizados, se eles passarem a ser inúteis. O que significa isso a nível de civilização?".
Tenho refletido muito sobre essas questões e tomei-as para mim por acreditar que dizem sim respeito a mim e aos meus, pois no futuro que antevejo e construo diariamente para os que virão depois de mim as pessoas terão reaprendido a nascer.

Mas, afinal, qual a relação entre a 'Libertinas - Consultoria Íntima' e todo esse percurso?!
Pois bem, a missão da 'Libertinas' tem como base a descoberta do prazer que há em cada um de nós. Prazer que não diz respeito apenas à sexualidade mas tem tudo a ver pelo  fato de que não há como dissociar uma coisa da outra. Seria utilizar o pensamento simplista que nos leva a isolar o que é impossível de ser isolado.
Nós somos a única espécie que tem a oportunidade de racionalizar a sexualidade que a mim seria algo como senti-la profundamente de todas as formas para melhor entender e conhecer e aprimorar, porém, ao contrário disso trancamos há séculos no calabouço o vilão sexualidade, onde também estão presos os temíveis tabus nascimento e morte, dos quais é melhor manter distância mesmo!
Mas só que não. Aqui, nesse espaço, a Libertinagem se dá através do exercício do pensamento. Pretendo ser a mulher que sai da alcova e vai pra rua assistir a vida e vem para cá fazer filosofia, quem sabe?! Das experiências vividas, aprendidas, ouvidas, lidas e de todas as formas absorvidas, tento traduzir como uma possível ferramenta para alguém. Uma ideia ou sugestão. Aqui não há receitas prontas nem conclusões. Dificilmente utilizo a palavra verdade por não me ser aprazível a ideia de que haja alguma mas carrego comigo minhas convicções. Não defendo correntes de pensamento e nem apoio dogma. Crio sintonia ou não com tudo o que me cerca e daí extraio as cenas do capítulos seguintes. Bebo de todas as fontes que me parecem confiáveis e atraentes e depois transformo isso com criatividade (tento) e é aqui que virei mostra-las.
O que pretendo é expor aqui minha linha de pensamento, que hoje vai da Filosofia ao Tantra, encontrando embasamento na Psicanálise, Física Quântica, Psicologia, Neurociência e diversas vertentes que estão interligadas pois discernem acerca do mesmo Ser, humano.
A ideia é somar no lugar de dividir. Juntar e não mais separar. Unir.
No final, fazemos todos parte de um mesmo momento na história e precisamos entender qual é o nosso papel, pois não há outra forma de comprimi-lo antes de conhecê-lo.  

E refletir muito. Refletir sobre o momento, as questões que nos são colocadas e nossa responsabilidade em relação ao que nos diz respeito. Refletir no mundo o que dizemos que queremos ser. Resgatar em algum lugar a criança abandonada no fundo da sala que desistiu que esperar alguém para brincar e ficou lá esquecida. Eu era a criança que apanhava mas não perdia a brincadeira e todos os dias tento resgatar um pouquinho dela para refleti-la em mim, hoje. Dá muito mais força lembrar como era ter mais coragem que medo.
 
Avante Guerreiros!
Gratidão.

Arlene Lima
Libertinas - Consultoria ÍntimaDescubra o prazer em si.libertinasdf@gmail.com
(61)9648-6572
Facebook: Libertinas - Consultoria Íntima


*Sugestões de consulta:
www.orenascimentodoparto.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=wszgKT2zS-c
http://estudamelania.blogspot.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouroboros

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Para deixar a terça-feira mais estimulante.

Eu já gostava de meninos e meninas...

Não saberia dizer exatamente o que nos impulsionou, mas algo de diferente despertou em dado momento para mim na infância, bem como para uma prima, um ano mais velha que eu. Fizemos várias descobertas por todas a infância, sempre juntas. Essa foi decisiva.
Durante um final de semana que passamos juntas em minha casa ela me confessou que havia conhecido aquela “coisinha” (precisamente o clitóris) mais de perto. Havia colocado um espelho em frente ao seu sexo e depois de um estudo minucioso descobriu o local de onde brotavam aquelas sensação tão extasiantes.  Foi aí que começou nossa expedição. Ela me mostrou a coisinha dela e eu achei lindo, parecia uma flor rosa clarinho. Começamos a mexer no botãozinho sussurrando as risadas e cochichando o relatos das sensações. Era sempre muito bom brincar disso e era nossa ocupação principal. Como sempre estávamos juntas em finais-de-semana e férias era fácil trocar experiências. Juntas descobrimos que fazer movimentos circulares rápidos com um dedo ao redor do clitóris (vulgo botãozinho) era muito bom e assim desenvolvemos uma técnica usada antes de dormir: deitar de bruços com a mão embaixo do sexo, por dentro da calcinha e, com o dedo ir mexendo devagar, descobrindo onde era mais gostoso e usando a saliva para "melecar" a coisinha, pois assim ficava escorregadio e a brincadeira ficava bem mais interessante.
 
Até que passamos a trocar carícias e a descobrir mais coisas em nós. Começamos a brincar de casinha, sendo que eu era o marido. Saía do quarto como se tivesse ido ao trabalho e voltava com uma meia de algodão dentro da calcinha, simulando ter um avantajado membro. Agarrava-a, jogava-a sobre a cama, deitava por sobre seu corpo e roçava o meu “pau” nela. Ficávamos dias nessa brincadeira, até que adotamos a “coisinha” como nosso filhinho. Íamos escondidas ao banheiro e ela, sentada no vaso, arreganhava as pernas e abria os grandes lábios, deixando exposta aquela protuberância rosada para que eu desse beijinhos no nosso bebê. A brincadeira que começara de forma inocente foi nos dando a real noção que do que viria a ser prazer, pois, desde a primeira vez que me viram deitada por cima da prima, uma roçando na outra, deixaram claro que se fizéssemos novamente iríamos queimar no fogo do inferno. Ora, foi o suficiente para querermos saber o que havia de tão perigoso a ponto de proibirem aquilo que para nós era tão bom e, por fim, descobrimos que na verdade o único perigo era não conseguir mais parar, de tão prazeroso que era. A partir de então nossas brincadeiras passaram a ter outro formato. O fato de saber que era errado, que tinha que ser escondido havia dado um gostinho a mais às brincadeiras já tão interessantes. Começamos a pesquisar e descobrir que bidê e ducha também eram bem estimulantes; ficávamos tentando movimentos novos só para encontrar uma sensação diferente e quando descobríamos tínhamos que ir correndo até a outra para fazer nela. Passei a ficar ávida pelo cheiro dela, o gosto, a textura da pele e pelas brincadeiras tão estimulantes. Por sorte passávamos muito tempo juntas e com isso proporcionamos uma a outra viver uma infância de descobertas precoces e bem interessantes, que tão logo descobertas foram ensinadas à outras coleguinhas e todas adoravam a brincadeira do roça-roça (de fato uma delícia) mas infelizmente precisei parar de ensinar pois os constantes flagrantes estavam por dizimar meu círculo de amizade, porém as descobertas feitas com essa prima em especial ficarão para toda a vida.                                                            J.V.C.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O encontro com as sombras e a redescoberta do 'ser'.

   Construir esse blog é me desconstruir, fato.
   Desconstruir-me como mulher, para muito além da pessoa, como uma aprendiz que tenta imprimir sobre essa terra algum senso diferente de 'ser'.
  Pois o objetivo é que o clamor alcance o máximo de pessoas e cada um desperte para essa busca, que é interior mas tem como principal ferramenta as pessoas que nos cercam, nos ensinam e servem de exemplo.
   E disso tudo o que me cerca tenho me munido para me inspirar. As amarras ainda são muitas e não haveria de ser diferente, infelizmente, pelo mundo em que vivemos. Sinto como se o distanciamento de si, do conhecimento, da própria essência e do prazer fosse uma invenção de alguém muito inteligente para nos convencer a todos que tomar remédios e encontrar uma síndrome para se definir ou encaixar é melhor do que tentar transpor essas barreiras e ter coragem. Coragem para vivenciar experiências aparentemente constrangedoras, mas que uma vez atravessado o portal da moral e da vergonha você descobre que, de fato, estava tudo na sua cabeça, o tempo todo. Estava tudo ali, da cabeça até os pés, eu diria. Mas para isso é preciso se entregar, ir além.
 
   Bem, se você já leu até aqui já fico feliz e espero que se acomode ao máximo pois até agora foram só preliminares. O que estou tentando digerir para relatar é o estado sobre o qual ainda me encontro e ao qual dedico essa postagem. Tive um dos maiores privilégios da minha vida ao vivenciar a terapia que trabalha o orgasmo terapêutico e sobre a qual há algum tempo venho estudando.

    Trata-se de um tratamento terapêutico através da Massagem Tântrica, nesse caso específico utilizando o chamado método Deva Nishok (conheça mais no www.centrometamorfose.com.br).
    É coisa de doido mesmo, sei que é o que a maioria pensa (espero veementemente estar enganada!). No entanto, mesmo sabendo que nenhuma palavra seria suficiente para descrever o que eu senti mas me esforçarei para relatar de forma racional (já quebrou o clima...) o que é inenarrável, indizível.

   Até ontem o parto era de longe a experiência mais transcendental e viajante que eu havia tido e nada chegava nem perto. Pois lhes escrevo com sinceridade, essa experiência tântrica me levou bem próximo ao que vivi no parto, bem mesmo no estágio ativo onde as que estudam sobre o assunto costumam chamar de "partolândia". É algo surreal, é estar presente e não estar ao mesmo tempo. Foram as duas experiências mais animalescas que tive na vida e foram as duas melhores. Eu sou um bicho que urra alto e senti extremo orgulho em reafirmar isso através dessa experiência pois é preciso muita entrega. Por isso o vivido e sentido na massagem tem total ligação com o parto pois nunca em outra situação qualquer precisei me entregar tanto, sair do racional, do lógico, do controle.   Sim, sentir prazer é perder o controle. Mas descobri como me perder o controle de forma responsável ao me jogar nas mãos de um profissional que teve uma formação para promover tamanha revolução interior e isso pode dar à vida os tons que faltavam.
   E não, não se trata de sexo. É prazer sim e numa dimensão que causa espasmos, tremedeira, ondas de calor, calafrios, formigamento, sensação de estar flutuando e uma enxurrada de sentimentos, pensamentos, lágrimas, baba, suor e muito, muito gozo. Deve ser até chocante de ver, assim como o parto, mas em nenhum dos dois casos eu estava presente...rs.  Foi mais de uma hora de toques que logo de início tive a sensação e preenchimento, de amor pela entrega do outro, pela condição dele de estar ali após o trabalho se dedicando aquele bem.
   Era como se o meu corpo respondesse ao estímulo com todo aquele movimento enquanto internamente a sensação era de aconchego, redescoberta de algo que me foi tirado e de fato nos é tirado já nos primeiros dias de vida. Afastar o bebê da mãe é impedi-los de sentir e dar prazer.
  
  A partir daí fui tomada pelas lágrimas e a medida que a massagem avançava eu fui entrando num estado de plenitude que parecia me elevar fisicamente. As mãos foram as primeiras a sentir o formigamento que por vezes se estendia por todo o corpo. Em dado momento senti minha tão sofrida mandíbula esquentar muito e atentei para isso pois infelizmente a racionalidade teima em nos boicotar o tempo todo. Após a massagem foi nítida a diminuição da tensão que normalmente parece esmagar meu pescoço e mandíbula. Tive quatro fortes câimbras que apesar de me desviarem um pouco do caminho não me impediram de sentir o que de mais profundo e intenso eu já senti. Insano. Curativo.
   Provavelmente seríamos todos queimados na fogueira se isso ainda fosse possível, apesar de hoje a fogueira da ignorância e dos julgamentos inflamar muitos corações e é por isso que precisamos ter coragem!
 
   Dessa experiência que ainda hoje surte efeito em mim, sentidos nitidamente no plano físico (muito bom!) e que aos poucos vai sendo revelado ao nível mental, psicológico e afins, extraí um desejo ardente de divulgar muito mais esse trabalho, principalmente para as mulheres que em maior número são vítimas do bloqueio mental imposto para tudo o que diz respeito a prazer e despertar.
   Extraí também muito do contato com o terapeuta Mansukh Anupam no pouco tempo que tivemos para conversar antes da massagem e pela leveza no trato com o assunto ajudou tanto a me libertar. Conhecer pessoas afinadas com o pensamento que começa a aflorar sobre auto libertação, por assim dizer, tem sido enriquecedor por demais!
  Creio que bons frutos ainda virão dessa experiência que certamente não se fez possível por acaso.
 
   Espero ter conseguido alcançar clareza nas palavras, pois creio que nesse relato isso seja mais importante do que riqueza de detalhes já que o 'sentir' foi só meu e cada um desenvolve sua vivência de forma única.
   A minha foi, literalmente, animal!!!

 
 
Arlene Lima
Libertinas - Consultoria Íntima
Descubra o prazer em si.libertinasdf@gmail.com
Facebook: Libertinas - Consultoria Íntima

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A negação da própria força.

     Sabe quando você passa muito tempo, (o suficiente para causar dor por não ter enxergado antes a dimensão da vivência que passou) para conseguir assimilar as ideias de um fato muito impactante?
Pois bem, é assim que agora me encontro. Um ano e seis meses depois do parto do meu filho, em busca de informações para publicar uma nova postagem da Libertinas, recebo a benção de ler no facebook o compartilhamento feito por uma parteira mexicana chamada Naoli Vinaver (da qual acompanho o trabalho desde a gravidez e por ela tenho uma admiração sem fim), de um artigo de revista Trip acerca do parto com prazer.
   Gozei.
   Gozei de sensações indescritíveis por ler relatos e um texto inteirinho sobre isso que ainda é tabu, como tudo o que diz respeito à sexualidade e sim, isso diz respeito à sexualidade. Ai como odeio os tabus.
    Estava iniciando um vídeo do Psicanalista Flávio Gikovate, uma palestra com o tema "Sexualidade sem fronteiras", abordando o livro que estou lendo do mesmo título.
    Entre o vídeo e o facebook encontro o compartilhamento do artigo e, me pus a lê-lo. Cada parágrafo lido foi um nó desfeito nas amarras que me impediam de falar sobre isso livremente pois já não era difícil ouvir um longo "você é louuuuuca" com minhas meras declarações sobre o parto que, de tão bom, por mim seria vivido uma vez a cada ano se financeiramente possível fosse.
     Escrevi um primeiro relato de parto que, afim de atender muito mais aos anseios dos que leriam do que meu próprio anseio de relatar o ocorrido acabou por ter omitido muitos fatos como o de eu ter tido a oportunidade de viver violência obstétrica mesmo após o parto, ao ter que ser transferida da linda Casa de Parto para o pavoroso Hospital do Paranoá onde fui conferida por um Ginecologista Obs-tétrico (mais tétrico do que obstetra) como se fosse um motor de carro num espaço desumano e ainda fui chamada atenção por usar o álcool gel que parecia estar disponível para todos.
      No segundo relato tentei explorar a vivência prazerosa que tive em trabalho de parto ativo quando, ainda em casa, dilatei 6cm em apenas 4h com ajuda de pirão, pimenta, chuveiro quente, auto excitação, livre movimento, paz e tranquilidade. Mas mesmo esse relato não condiz nada com a realidade.
      Após ler o artigo me peguei imaginando o que sentiram nessa hora os meus pais, que estavam em minha casa há um mês aguardando o nascimento do Miguel. Li um trecho no artigo que trata da importância da mulher não ter medo de se entregar ao que virá com o trabalho de parto e lembrei que em momento algum eu senti medo por mim, mas pensei em desistir numa crise depressiva da minha mãe. Ela precisava voltar para a casa dela, pois mesmo com os medicamentos e todos os cuidados ela estava fora do ambiente de segurança dela e a indefinição quanto ao dia do nascimento do Miguel a estava deixando instável. Foi o único momento que pensei em me render à cesária eletiva para que meus pais pudessem conhecer o netinho e voltar para casa satisfeitos. Mas eles aguardaram pacientemente. Muitos problemas nos assolaram até que o trabalho de parto tivesse início e todos foram superados.
       E por isso mesmo imaginei o que os meus pais pensaram quando chegaram no local que eu ESCOLHI para o nascimento do meu filho. Um posto de saúde. Sou a caçula e á única que enveredou por esse caminho de fugir de todo esse ambiente hospitalar para conceber a cria. Não havia sala de espera, apenas bancos defeituoso do lado de fora, no frio. Não havia cafezinho. Não havia médico nem enfermeiros vindo dar notícias. Éramos apenas eu, minha mãe e Eduardo dentro da sala de parto e meu pai do lado de fora, rezando. Enquanto estive em casa o resultado foi 6cm em 4h. Após o deslocamento para a Casa de Parto e a pifada básica do chuveiro quente depois que me instalei na Casa de Parto, levei mais 5h para dilatar o que precisei para parir meu filho. E a coisa ficou feia em alguns momentos, mas eu não era mais racional. Eu lembrava da minha vó indiazinha que devia estar no céu olhando por mim e pariu todos os filhos em casa.  E os urros vinham. Não eram gritos, eram urros. Coisa bem de bicho mesmo.
       Não deixei de sentir prazer em momento algum, gostei de ser bicho. Lembro nitidamente de, apesar do meu total estado de torpor, ter lembrado ao sentir o tal "círculo de fogo' sobre o qual havia lido tanto. Era bom. Depois o cansaço dominou e após o prazer de sentir aquecer como nunca todo o canal vaginal e ouvir de todos: "a cabeça do Miguel é cabeluda, estou vendo!" senti o útero quase que sugando-o de volta e foi quase o fim. Decretei que não conseguiria e ouvi minha mãe dizer "consegue sim, minha filha", enquanto ela empurrava meu pescoço e meu marido puxava minha perna. Todos em sintonia com a contração, quase orquestrados. Nessa hora pedi forças a Deus, minha vó, Nossa Senhora, os anjos e os santos, o Cosmos e o Universo... E urrei! Pelo cansaço mereci ocitocina na veia aos 47 do segundo tempo mas não me incomodei (queria parir meu filho ao natural mas não tive analgesia, senti o processo visceralmente a cada segundo, então a ocitocina foi muito bem vinda), o que me fez ter mais três puxos e na sequência poder sentir, maravilhosamente em cada centímetro percorrido por aquele corpinho, um prazer inenarrável. Foi isso o que senti apesar da foto registrar meu olhar atento e preocupado.
 
          Ainda há muito o que relatar desse parto e para mim a negação da própria força está em esquecermos todos os dias quanto de superação já contamos em nosso Curriculum vitae, que diz respeito à toda nossa vivência e não se atém apenas ao trabalho. Não deveria se ater ao trabalho o que somos, nossas referências.
Essa experiência nunca caberá num relato, numa conversa, numa postagem.
Porém a minha felicidade em ver na propagação dessa ideia a possibilidade de que haja uma real mudança de consciência em busca da vivência plena, de todas as sensações possíveis de se experimentar e saber que elas são infinitas, as possibilidades de experimentação...
           Espero conseguir relatar mais livremente a experiência vivida afim de ser mais abrangente e honesta em relação ao que vivi. Tão logo esse desprendimento ocorra terei imenso prazer em compartilhar nesse espaço onde, finalmente, acredito poder dividir sempre essas experiências profundas com total abertura para as opiniões e comentários.
 
 
*Fontes:
http://revistatpm.uol.com.br/revista/87/reportagens/parir-e-gozar.html
http://www.youtube.com/watch?v=4GnUPa8AN_s

Mais uma deliciosa contribuição....

Conto - Saindo da rotina pra aliviar a tensão




Saí do trabalho tarde, louca pra chegar em casa tomar um banho e deitar... Era uma sexta feira e a semana havia sido bem corrida. Cheguei e fui direto pro banheiro, tirei a roupa e entrei naquela ducha quente e gostosa, devo ter ficado ali mais ou menos meia hora… Enquanto a água caia, meus pensamentos viajavam… pensava em tudo, nos problemas, no trabalho, em sexo… Sim em sexo, estava louca já, fazia umas duas semanas que estava numa seca total. 
Saí do banheiro com a toalha enrolada no corpo e deitei na cama, liguei a TV e logo meus dedos automaticamente já foram pro canal erótico, fiquei assistindo um filme de duas mulheres, duas loiras lindas e gostosas, fazendo oral e usando vibradores… Que delicia! Fiquei ali vendo aquela cena por alguns minutos, o suficiente pra ficar toda molhada de tesão. Enquanto isso fui me tocando, passando as mãos por todo meu corpo, querendo alguém ali comigo, e tive a ideia de ligar pra um amigo, que nunca tivemos nada pessoalmente, só conversas picantes pela internet. Sabia que ele adoraria estar ali. 
Ele veio correndo, tomamos umas cervejas ouvindo música e conversando a toa. Falamos sobre tudo, mas nada do que conversamos pela internet. Engraçado como a coisa muda ao vivo. Ele estava cheiroso, de calça jeans e camiseta básica, eu de vestido… sem calcinha. 
Num certo momento o assunto acabou e ficamos nos olhando, meios sem graça e naquele momento eu já sabia o que ia acontecer. 
Ele sentou do meu lado, já passando uma das mãos na minha perna e olhando com cara de tarado pra minha coxa, com a outra mão pegou na minha nuca e me beijou enlouquecidamente. 
E que beijo! Escorregou a mão em meus peitos dizendo: “deixa eu sentir esses peitões”, “deixa eu ver eles de pertinho”, “que delicia, que loucura” sussurrava em meu ouvido. 
Abaixou a alça do vestido e meteu a boca neles, chupou, mordeu devagarzinho, colocou a mão dentro do meu vestido e viu que eu estava sem calcinha, me olhou dizendo “não acredito”, “sua gostosa”, “tesuda” e começou a acariciar minha buceta molhada, enfiou um dedo, mas eu queria mais, enfiou dois e começou a mexer, eu me contorcendo apertando ele contra meu corpo, cada vez mais louca. 
Desabotoei a calça dele e peguei naquele pau, grande e duro, ele tirou os dedos da minha buceta e agachei no chão enquanto ele estava sentado no sofá. Comecei a chupar aquele pau gostoso que eu só tinha visto por foto. Que delicia que era, eu chupava como se fosse um picolé, engolia inteiro enquanto as babas escorriam pela minha boca, ele enfiava cada vez mais, até eu engasgar. Continuei chupando por mais alguns minutos, quando ele levantou e me disse “quero comer você na sua cama”, me puxou e fomos pro quarto, em pé apoiei meus joelhos na cama e ele atrás de mim levantou meu vestido e me chupou deliciosamente por alguns instantes, enfiou os dedos na minha buceta enquanto falava um monte de besteira no meu ouvido e eu querendo ele mais do que tudo. Enfiou o pau em mim com força, eu gemia de tesão enquanto ele bombava sem parar, cada tapa na minha bunda era uma marca vermelha que me deixava, eu adorava tudo aquilo, puxou com as duas mãos meus cabelos e continuou bombando com muita força, eu fiquei louca e gozei muito no pau dele. 
Ele me jogou na cama, abriu minhas pernas segurando elas no ar e enfiou mais uma vez o pau e mexia sem parar… Gozei mais uma vez e foi quando ele tirou o pau e pediu pra eu masturbá-lo que agora era ele, chupei ele gostoso, estava latejando de tão duro. Até na hora que ele gozou forte pelo meu rosto, boca, cabelo. 
Ele ficou me olhando nos olhos, me chamou de safada e perguntou quando era pra ele voltar ali. Eu dei um sorrisinho lambendo a porra que tava escorrendo e não respondi… Acho que ele já sabia a resposta, eu não podia receber ele sempre na minha casa… Meu marido não ia gostar nada…
                                                                                                                                        
                                                                                                                                         Valéria, 33 anos

 
*Deliciosa contribuição da blogueira JaqJoy do blog http://www.paposuperhot.blogspot.com.br