terça-feira, 9 de julho de 2013

Sobre ser Libertina...

Comecei a conhecer sobre a "sombra" logo após o nascimento do Miguel, quando li "A Maternidade e o encontro com a própria sombra", da psicoterapeuta familiar Laura Gutman, que no livro discorre sobre o resgate do relacionamento entre mãe e filho e sobre o resgate da mulher, em sua essência.
Não é tão simples quanto parece. A compreensão da leitura não é imediata pois tudo depende do momento em que ocorre. Li todo o livro tão logo o adquiri, mas depois ele ficou na estante.
Pois bem que, revirando meu âmago para situar a mim mesma nesse universo todo que é a vida, o trabalho, a família (e as descobertas não param, acontecem todos os dias e em meio a esse turbilhão tento me encontrar) e tentando encontrar a minha essência Libertina, vi-me inquieta; uma vez inquieta, fui procurar. E encontrei, lendo novamente o que havia lido no puerpério, mas agora com outros olhos, outra alma. Hoje tenho consciência que passada tanta experiência com a maternidade, ao passo que busco encontrar minha essência, vou de encontro às minhas sombras...
Por isso a necessidade de iniciar os trabalhos no blog desnudando-me, repartindo minhas descobertas mais primárias.
 
"A sombra pessoal é desenvolvida a partir da infância. Naturalmente, nos identificamos com certos aspectos, como a generosidade e a bondade, e, ao mesmo tempo, desprezamos os opostos que, neste caso, seriam o egoísmo e  maldade. Desta maneira, nossa luz e nossa sombra vão se construindo de forma simultânea.
Roberto Bly dizia que passamos os primeiros vinte anos de nossa vida enchendo uma mochila com todo tipo de vivências e experiências... E depois passamos o resto do tempo tentando esvaziá-las. ESSE É UM TRABALHO DE RECONHECIMENTO DA PRÓPRIA SOMBRA. Se nos recusarmos a esvaziar a mochilas, ela se tornará cada vez mais pesada e, cada tentativa de abri-la será mais perigosa. Dito de outro modo: não há outra alternativa no encontro com si mesmo. Ou questionaremos com sinceridade nossos aspectos mais ocultos, sofridos ou dolorosos, ou então estes aspectos procurarão se infiltrar nos momentos menos oportunos da nossa existência".
("A Maternidade e o encontro com a própria sombra", Laura Gutman, páginas 24 e 25.)
 
Eis que em meio às sombras, surge a 'Libertinas'...
É incomensurável o prazer, a plenitude e o crescimento pessoal que implementar o projeto 'Libertinas' tem me proporcionado, porém, essa realização tem me consumido pois me colocou diante de uma sombra que há muito me dominava, e me trouxe a necessidade de exercitar a arte da escrita, há tanto tempo adormecida e que se iniciou décadas atrás.
Minha história de amor com a literatura começou quando, por volta dos 15 anos, iniciei estudos de literatura, poesia, enfim, tudo o que de mais inspirador pode haver para uma jovem experimentadora de 15 anos... E desde que iniciei na arte da escrita, ouvi que era algo que eu deveria desenvolver. Porém, as prematuras responsabilidades providenciaram meu afastamento do mundo da fantasia que me inspirava a escrever belos versos, normalmente ao som de Maria Bethânia. E daí mesmo advém uma das minhas maiores dificuldades. Eu não saberia falar para um público simplista que busca pornografia em letras. Venho de uma literatura conhecida como  'Literatura de Libertinagem', redescoberta na década de 70, erótica, sensual, intimista mas que serviu como impulso para que muitas mulheres se libertassem, a partir da escrita.

No decorrer dos anos algumas tentativas aconteceram, inclusive sobre a narrativa da aventura que é ser mãe, porém o exercício da maternidade parecia mais interessante que a escrita sobre. 
Depois disso tudo, me vejo obrigada a exercer esse papel, pois o meu anseio é que esse seja sim um espaço de informação, descontração e que meu estímulo diário pela vida possa alimentar o espaço e o anseio de quem possa vir a acompanha-lo (espero que sejam muitos...rs).
Esse espaço diz respeito ao trabalho que exerço desde a concepção da ideia, todos os dias (trabalho esse que me alimenta a alma), mas também diz respeito a mim e a tudo o que absorvo e observo todos os dias.
E sei que estou longe de ser como Nietzsche, mas minha sede de vida é tamanha, que me proponho de fato a me abrir a tudo o que possa vir. E que venha a vida, o bem, o crescimento e a autodescoberta.
 
E aqui, inicio minha rasgação de alma. Espero que alguém consiga se achar aqui, no meio de tanta bagunça...

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